quinta-feira, 17 de janeiro de 2008

INSALUBRIDADES NUNIANAS HUM


(...) nos malditos bulevares negros me encontro como um monólogo depressivo num Jardim de Super-ego’Stars, egos alheios e flores murchas... Desprotegidas do Lúmen de Déspotas escurecidos.

Para celebrar tal fado,
mastigo objetos inanimados que deslizam por minha áspera garganta seca, junto a um negrume líquido obtido através da infusão da moca.

Magnífico fruto sorvido em ocasiões (oca)suais no fim...

...Todo ser humano é ridículo, como meu id.
Acontece que uns conseguem aceitar esta realidade diluída com oprimida lucidez ofuscada.

...O paraíso prometido nunca existiu. Mesmo porque, sempre existiram e existirão almas promiscuas para habitá-lo.

Também, como habitá-lo com tantas almas promiscuas feito a minha!?!

Perecerei por aqui mesmo, laciniado...

Somente para ineptas larvas míticas.

Espero que não doa tanto como em nocivos anúcios televisivos.

*Literatura simulada em insalubres abismos Nuneanos

quarta-feira, 16 de janeiro de 2008

trecho da edição pretendida para este século ainda.

(...) Após levantar-me lentamente, e já empunhando uma horrível xícara de café-ralo, observo meu repetido espectro num espelho mofado que nunca muda de canal. Assisto a um decadente double fantasmagórico que não sabe se vestir, e que mesmo assim, prefere continuar com o mesmo figurino fora de linha...

Há anos.

Amanheço no consentimento da alcunha em sinônimo de podridão, batizada por um velho amigo albino com seus mais de 80 kg de massa corpórea e despigmentada. Minha antiga dúvida vem me visitar novamente.

Não sei em que esquina fodida se perderam ou se deixaram perder a lenda dos laços nominais da linhagem francesa dos meus famigerados ancestrais. Não quero me preocupar com isso hoje. Afinal de contas, aos meus familiares lhe foram legados sobrenomes espanhóis e ainda SIM, modificados. Prossigo. Falando em números e desvalidos objetos, acordei e percebi mais uma vez que, minha coluna vertebral, que crescera com má formação óssea junto a um desvio lombar ocasionado pelas excessivas atividades exercidas em um ex-emprego, me trouxe novas dores nesta fabulosa manhã de 5ª-feira. Estou com pouco mais de 33 anos e algumas pendências. Idade enigmática e fantasiada nos relatos extorquidos dos embaraçados boatos bíblicos, embaçados na extirpação e aniquilação de Kristo. Graças a deus. Embora deixasse de acreditar na existência desta simbólica figura há tempos, Kristo foi uma tragédia. Dizem que somos semelhantes a ele. Nisto tenho que concordar plenamente. Pertencemos a uma divina carcomédia totalmente elabora pela demente mente humana. Falta de sorte para aqueles que crêem nesta sombria estória.
(...) Cada vez mais e mais as pessoas buscam desesperadamente a gelatinosa confirmação “sólida” de serem lembradas virtualmente.
Através de seus modernos celulares com microfilmagens, fotos postadas e acompanhadas por mensagens contendo econômicos caracteres, e-mails, blogs, photoblogs, páginas da internet e o mais recente e expositivo meio de comunicação de achados e perdidos; The Orkut.
E aqui me encontro (contra-ditório) como tantos; vendedores de imagens do NADA. Como algo não tátil e não tão interessante. Num formato depositado como fezes em mais um BLOG qualquer e creditado a um anelídeo hermafrodita. Do que se alimenta, expele. Apenas mais um cosmopolita oriundo de Oxum em Ogum.

Esta emersão sob o anonimato é buscada de formas artificiais e sem sentido.

Por que queremos ser lembrados se não fazemos nada sagaz para tal?

Apenas pelo disfarçado poder de apertarmos uma tecla e termos ao alcance planos inimagináveis, ou pelo fato do egocentrismo nunca ter saído de moda?
Não penso desta maneira. Com o crescimento desordenado de povos, diversificadas etnias de indivíduos cujos caracteres somáticos, tais como a cor da pele, a conformação do crânio e do rosto, o tipo de cabelo, embora semelhanças e modo de transmissão por hereditariedade, variem de indivíduo para indivíduo, cada uma destas grandes subdivisões da espécie humana, e que supostamente constitui uma unidade relativamente separada e distinta, com características biológicas e organização genética próprias da raça, não são suficientes para a própria aceitação.

Necessitamos da posição do outro, do olhar crítico (cínico) do outro, nesta nova era de poligamia internauta.
O primeiro contato – visual/corporal – está em completa extinção. Em desuso.
Agora nos “conhecemos” de maneira moderna em salas de bate-papo virtual, acomodados isoladamente em nossos lares ou novamente e sempre anônimos em lan-houses.
Toda essa gama de informações (algumas forjadas, outras duvidosas, umas nem tanto), e algo mais (sobressalente), são oferecidas "gratuitamente" num fast-food googleano.

Que miséria. Sobrevivi à transposição de um novo século para ser testemunho cego deste tecnológico apocalipse contemporâneo. O que mais virá pela frente? Ou por trás? Não sei, pois ainda não comprei o último Best Seller sobre: “Como Ser Um Visionário de futuro e Alcançar Planos da Et Cetera e Tal, e das Demais Coisas Alheias...”.
Isso tudo fede e me parece ser um saco. Porventura, quando me metamorfoseei em andarilho leproso, os parasitas invertebrados que já habitaram meu ser repugnante, ocupando um pequeno espaço entre meus pelos pubianos ou não, em minha sebosa pele oleosa, não me cegaram tanto, quanto; em pitorescas andanças subterrâneas, espiei vesgo, através das chagas, esses medíocres e energúmenos se moverem na sacola escrotal da nossa querida e vislumbre sociedade fecal.
*Ensaio aberto do livreko "Insalubridades Nunianas 2"

AFOTO & diga: xís


Transformo-me numa foto Desbotada
Ornamentada por uma Guirlanda seca e quebradiça
Nesta imagem ressecada que sublinha tons rubros
num patíbulo que me transporta para planos Sazonais
Assim,
a Dor continua resguardada em aquários regados a melancolias amargas
de escura cor amarronzada, engarrafadas em alegóricos frascos irregulares
para lembranças de lugar nenhum.

CATHAPLASMAZÁSS - Onixe

Em meu íntimo alugo moradia sã para mentecaptos incolores de razão.
Condicionado em minha putrefata caixa de carne desprovida de antídotos vitais
Embriago-me em um senil argumento Deísta.
Na ausência de altruísmo icástico neste espaço incontido e revolto
Enclausuro-me em Bangalôs Anti o Todo.
Sou um alóctone interplanetário que reside no anonimato
Vasculhando uma atuação mais Nobre
no inerte cotidiano que me invade.
Preferindo continuar mediano em minhas catarses sublimes do
Incompreendido ócio Ectoplásmico.
Pecando em Abortos Litúrgicos e obsoletos
do Fardo, Fado Fadado.
Um colecionador de decepções, provido de anticorpos insensatos diagnosticado por uma xenofobia cult.
Freqüentando distintos armazéns do decrépito lixo luxo
para amenizar ou camuflar minha Dor.
Defronte ao Nada
que nada me interessa.
Pisando D’scalço em estilhaços expurgados por Falsos
que não mais me ferem.
Irei manifestar-me como uma figura Maldita
apostando desvalidos bilhetes num Stágio Gregário.
Contudo, alienando-me numa cofose aguda para não mais ser contaminado por
Falácias Propagandas Hipertônicas.
A Sociedade Delega Funções Inanimadas para cargos oníricos para intimidar Hipocondríacos 100 compromissos & com-primidos.



X-Borg K9 (Anthraxacino)

Em minha tônica tento sobreviver em milícias contemporâneas
que não me convêm.

Construindo Barricadas de vítreo em meu âmago
para não mais ser surpreendido por invisíveis
que me assolam em Batalhas perdidas no Ócio.

Armando-me contra severos sequazes de Severinos e suas hostis Doutrinas inacabadas.

Ludibrio sobre Falácias Guerrilhas do supra-sumo intelectual.
Sofrendo em Descampados Campos de Viril Extermínio Virtual.

Sendo refém de virtudes eclesiásticas que não aprovo.

Executado, sou! Em cotidianos, pelos caprichos de prosélitos Demagogos condecorados com suas corroídas medalhas de alumínio zincado.

Emboscado pelo amparo da inquietude revelada no outro.
Sou fuzilado em cantos de Desconcentração alheia.

Em QG’s utópicos me realizo usando uma notória farda de tussor nobre que me abriga da embriagues Desdém / atada da estupidez humana.

Continuo alistando-me em lutas desarmadas, para anuir-me no meu (eu).

oblíquo CARÁTER

Num subjetivismo caótico
oculto abençoados subsídios lúgubres

Pela cefaléia propensa a sucumbir
um oblíquo caráter obtuso e pungente

Dispo-me de membros inativos
para me depreciar por enfadonhas notícias
em locais de monótonos tons.

TEXTURAS ASPERAS

Não quero ocupar espaços físicos de destinatários não concretos
Quero povoar espaços psicológicos de texturas ásperas
das vidas vazias em embalagens descartáveis

Nesta atmosfera efêmera de lugar nenhum
Suponho superstições novas
diretamente emitidas da Luz de Geladeira:

“Aqui Jaz...
Um cartunista mambembe que troca cartas Tristes
com anal-fabetos e confabula frustrações pornô
com terceiros em testemunhos cegos“.

Contudo, prossigo sendo um coletor de radiografias secundariamente marginais e vaginais.

CISCO NO CIRCO


Na vitrola o chiado anuncia um Fado
sem maquilagens e sem graça

Em peripécias perambulo neste psíquico circo ridículo

Na falta de aplausos cáusticos
insisto na picardia do picadeiro matreiro

Como um pirilampo desesperado atrás de uma platéia que não pleiteia nada

Engolido e regurgitado por beatas febris
dia após dia finjo ser feliz

Sigo com cautela para não escoar na corda bamba de mão-única

Por olhos remelentos sou interpretado
como um vadio mambembe escorregadio

Minha bilheteria está sempre vazia

E nos intestinos do meu camarim procuro um espelho que me traga rostos compostos e não um rosto órfão tragado pelo fio que teço.


# poesia extraída da caixa de remédios poética: Corlírico Mouro Febril

Fast-fútil

Filtrando o que pressinto ser
encontro-me em lacunas do vazio
para sublimar vontades repetidas do que não sou

Povôo meu âmago com cartazes Delirantes
que anunciam minha mercadoria barata
em Quitandas do imaginário

Entre os perecíveis em Ofertas falhas
nas prateleiras promocionais dos SUB-mercados
Sem descontos e 100 entradas

Persisto com minhas especiarias do Nada
neste fast-fútil sedentário
na fuga de um escambo que me glorifique.

terça-feira, 15 de janeiro de 2008

Movimentos Magros

Saio para comprar cigarros rotos
e retorno com margarinas tristes.

Toda manhã procuro na caixa de correspondências
uma angústia mais corrosiva.

1 espelho. Um único espelho
como companhia nos escuros muros da velhice em carne.

Nas pelejas deste mUNDO mudo
busco signos em camas de motéis baratos.

Aplausos para a bailarina de mau hálito que rodopia na pia-manca.

São apenas melancolias dependuradas em guizo
nesta segunda-feira sóbria.

eUS desmantelados
giram desconcertantes no Carrossel-míope.

Pigmentos do meu cérebro esfacelado
nos sulcos do assoalho/madeira.

E ainda sim! Restaram hecatombes sobras de souvenirs
formosamente absurdos, no sub-solo.
*Prólogo Bizâncio

sábado, 12 de janeiro de 2008

Sonhei que matava um cara com as próprias mãos. Quando acordei, percebera que este individuo era nada mais, nada menos que eu mesmo. Pois, petrificado me filiei ao sistema. Não há tantas opções em vida, como dizem exageradamente nos guetos da auto-ajuda. Cuspo nestes propagadores que se venderam pela falsa e nefasta existência divina. Parafraseando J. Genet: "(...) monto um altar em mim mesmo tornando-me forte, sou meu próprio Deus.”
Sigo dentre os detritos artísticos da vanguarda vampiresca que revira a carniça saborosa e os dejetos deixados numa magnífica lucidez sob a máquina opressora, pela qual o convite cordial de um mendigo até a mansão dos mortos, me fez desconfiar que, além das migalhas, também haveria mau hálito. Aliás, ao meu parecer, os maltrapilhos mendigos também merecem gozar do deleite do simples prazer dum mísero trago em uma bebida barata. Só pelo fato de não terem nada, absolutamente nada além da própria roupa – se é que podemos chamar de roupa os trapos que tentam cobrir, sem sucesso, os desnudos corpos – onde não vejo óbice algum pela isenção do prazer proporcionado por malditas doses de cachaça. O ato da censura sobre estas criaturas ao ufano deguste, é concebido apenas aquele terráqueo que nunca, jamais, em momento algum, sentiu qualquer forma de prazer-matéria, até hoje. Somos todos meãos.
enquanto o velho escarra na página 1.277 do capítulo 777

A pseudo-alegria que estampa minha cara oleosa,
não diz nada do que sinto... Ríspido por dentro.
Hoje acordei mais turvo.
Observo um velho manco de pele parda que escarra a beira da calçada...

Nesta evangelização das coisas comuns,
me organizo descrente de tUDO.

Purifico-me com minha escrita borrada.

...Às vezes não é suficiente para sanar uma azia sem cor.

Hoje as pessoas me enjoam. Mesmo vestidas me fazem ter ânsia de vômito.

Os celulares delas, para mim não têm números, nem sabor. Não transmitem Nada!

E seus rostos... Sem endereço rançoso na multidão, do incompreendido ser incompleto que Somos.

Gosto das quintas por trazerem uma incerta nostalgia, mas prefiro os domingos... São mais mórbidos e convidativos para um suicídio confortável.

Opto por um pós-abortado que anda a ermo entre paredes que sugerem tons cinza e juras rubras, na busca de lábios molhados para selá-los num único beijo caótico.

Enquanto o velho escarra na calçada... Escrevo.
Espermas imaginários fecundam meu cérebro,
Sem direção de encontro ao nada, detritos invisíveis flutuam sob meus olhos,
Nesta manta carbônica, estranhos corpos povoam meu ser quimérico.
Numa esquina qualquer, aguardo ansiosamente pela chegada dum telegrama desconhecido.

A recôndita menina púbere que se masturba no quarto ao lado, incita-me ao ponto descrever estas linhas.
Suas e ainda definhadas coxas, ocultas, mas torneadas, me deixa ereto e pronto para o gozo.

Minha perna esquerda, mela. E sinto o odor entorpecedor do prazer penetrar em minhas narinas feridas.

Aããh... Menina vizinha. Gostaria de comê-la. Mas a timidez posológica que me agride, bloqueia meus gestos reclusos. Assim, aproveito para dar mais um trago numa bebida barata que se encontra próxima. Hoje sou menor. Prefiro assim.

Reflito: “Tenho tamanha repulsa do ontem não vivido e saudades absurdas do amanhã perdido, mas espero desesperadamente que o presente me conforte num único suspiro”. Continuo aguardando que algo extraordinário aconteça e desta maneira me machuco com tão pouco.