terça-feira, 22 de abril de 2008

...Toc, toc. As duas da matina, quem poderá ser? Toc, toc. Hesito em atender ou... Toc, toc. Maldito inesperado, faz meu coração retardar em gélidas comoções que percorre toda minha espinha dorsal. Toc, toc. INCANSÁVEL INSISTENTE. O QUÊ QUER? Não consigo suportar mais este rogo sombrio e silencioso (pensando com os próprios botões). Um toc, toc atrás de outro to... Toc, toc. LICENCIOSO SEM TINO, NÃO POSSUO NADA QUE LHE POSSA INTERESSAR, VÁ EMBORA! (...) Parou?! Quem seria com tanta imprudência? Poderia ser alguém conciso de ajuda?! Ou talvez, ninguém mesmo. Como ninguém?! Se houve tantos to. Melhor não pronunciar tal murmúrio. Logo agora que se faz sublime momento de privação de ruídos. O silêncio se estabelece. Poderei ir descansar e “dormir”. DORMIR! E se por ventura tal estranheza venha revelar-se novamente enquanto esteja esmorecido. Preciso ficar atento! Vigilante! De guarda noturna. Não posso ser pego de surpresa. Claro que outros fenômenos acústicos, ritmados, irão acontecer. Propagação de ondas sonoras produzidas por corpos que vibram em meio imaterial, irreal. Sensações auditivas criadas... pela mente? Não. (sorrindo maliciosamente para si mesmo). Olho para o relógio (sono). Ele marca (bocejo) quatro e quinze da manhã. O relógio, o relógio... (Adormeceu). Tic, tac, tic, tac, tic, tac, Toc, toc. O QUÊ?! NÃO PODE SER?! Toc, toc. JÁ DISSE PARA PARAAAAAR!!! Parou. Deixei-me distrair e fui surpreendido pelo Visitante. Da próxima eu abro a porta e quem irá se surpreender será ele. Vamos Visitante, faça o que sabes fazer melhor (pensativo). Estou esperando (apreensivo). Vamos, não tenho mais a noite toda como antes há tinha (impaciente). Cinco horas e ouço os pardais resmungarem suas rezas sofridas. As seis o dia já se faz presente, mas encontro-me em penumbra. Sinto-me em funesta claustrofobia. Sinto cheiro de terra molhada. Tento abrir a porta mas, encontra-se cerrada. Por fora!? Não há maçaneta e nem mesmo fechaduras ou chaves (desespero). Suspeito de alguma traquinagem exercida pelas hábeis mãos do Visitante. Neste lapso, uma dor terrível toma conta de minha nuca. Por todo meu estupefato corpo derrama uma glacial sensação de leveza. Só tenho espaço para gestos apertados... Toc, toc.