sábado, 12 de janeiro de 2008

enquanto o velho escarra na página 1.277 do capítulo 777

A pseudo-alegria que estampa minha cara oleosa,
não diz nada do que sinto... Ríspido por dentro.
Hoje acordei mais turvo.
Observo um velho manco de pele parda que escarra a beira da calçada...

Nesta evangelização das coisas comuns,
me organizo descrente de tUDO.

Purifico-me com minha escrita borrada.

...Às vezes não é suficiente para sanar uma azia sem cor.

Hoje as pessoas me enjoam. Mesmo vestidas me fazem ter ânsia de vômito.

Os celulares delas, para mim não têm números, nem sabor. Não transmitem Nada!

E seus rostos... Sem endereço rançoso na multidão, do incompreendido ser incompleto que Somos.

Gosto das quintas por trazerem uma incerta nostalgia, mas prefiro os domingos... São mais mórbidos e convidativos para um suicídio confortável.

Opto por um pós-abortado que anda a ermo entre paredes que sugerem tons cinza e juras rubras, na busca de lábios molhados para selá-los num único beijo caótico.

Enquanto o velho escarra na calçada... Escrevo.

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